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Pronto-socorro ou consultório do pediatra?

Toda família merece um pediatra para chamar de seu. Essa é a melhor forma de garantir que o profissional que esteja cuidando do seu filho realmente o conheça, e não esteja avaliando apenas a doença dele. Isso com certeza faz o tratamento da doença ser mais assertivo e atua na prevenção de muitos agravos. Mas, e quando o seu filho tem uma urgência médica, qual o melhor local para ele ser avaliado: pronto-socorro ou consultório do pediatra?

A resposta depende do caso. O pronto-socorro é voltado para emergências e situações de risco. Aquelas situações que não podem aguardar a resposta do pediatra, tais como:

  • Dificuldade para respirar (respiração rápida e irregular, o pescoço ou a barriga afundam, a pele se retrai entre as costelas, pode ficar de cor “roxa”).
  • Traumas potencialmente graves (bater a cabeça, fraturas, cortes);
  • Mordedura de animal;
  • Engasgo;
  • Perda de consciência;
  • Dores intensas (principalmente se não melhora após o remédio dado em casa);
  • Crises convulsivas;
  • Alteração de comportamento súbita: confusão mental e sonolência extrema;
  • Reações alérgicas com placas vermelhas ou falta de ar;
  • Vômitos intensos ou persistentes;
  • Diarreia com sinais de desidratação (pouco xixi, criança apática, olhos fundos e secos);
  • Bebês menores de três meses com febre sem causa aparente;
  • Intoxicações (produtos de limpeza, medicações, alimentar, álcool e drogas);
  • Queimadura grave;
  • Ingestão de corpo estranho (bateria, brinquedo);

Se o seu filho não apresentar algum dos sinais acima e puder aguardar a avaliação do pediatra de rotina, essa é sempre a melhor opção.

Nada melhor do que alguém que já o conhece muito bem o avaliando. Vou listar alguns exemplos de situações que podem aguardar a avaliação do pediatra:

  • Criança maior do que três meses com febre sem sinais de alarme;
  • Queixas crônicas e de baixa intensidade (dor, alergias leves, dificuldade de se alimentar);
  • Suspeita de infecções leves (otite, dor na garganta, conjuntivite);
  • Sintomas respiratórios leves, sem dificuldade respiratória (resfriado);
  • Diarreia aguda ou crônica sem desidratação;
  • Dificuldade para evacuar (constipação);
  • Manchas na pele;

Lembrando que levar a criança ao PS pode expor a infecções (vírus e bactérias) e isso não deve ser feito desnecessariamente. É importante também lembrar que mesmo que a criança vá ao PS resolver uma queixa urgente, assim que for liberada (após avaliação ou internação), comunique a sua pediatra e agende o acompanhamento da queixa com ela. Precisamos rever a “cultura do pronto-socorro”, onde pretende-se resolver todas as queixas no PS, sem acompanhamento regular da criança.

Para escolher o pronto-socorro, considere a distância da sua casa e a qualidade do hospital como equipe de plantão (médicos, enfermeiros) e estrutura para exames. Converse sempre com a sua pediatra e peça indicações da confiança dela.

Espero ter ajudado.

Grande abraço,

Dra. Jéssica Dantas

Pediatra e Gastropediatra.

CRMSP 185972

  1. https://www.spsp.org.br/2021/02/12/doutor-quando-devo-levar-meu-filho-ao-pronto-socorro/#:~:text=Os%20principais%20sinais%20de%20alerta,bem%2C%20v%C3%B4mitos%20e%20diarreia%20com
  2. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/12/A-perigosa-Cultura-do-Pronto-Socorro-dez-2015.pdf
  3. https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/a-perigosa-cultura-do-pronto-socorro-1/
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Dra. Jéssica Dantas
Pediatria, Gastroenterologia e Hepatologia Infantil. CRM 185972

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