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Refluxo Gastroesofágico: quando pode ser APLV?

A prevalência de alergia alimentar nas crianças aumentou bastante nas últimas décadas. Alguns estudos relatam que até 40% dos bebês com sintomas compatíveis com Doença do Refluxo Gastroesofágico tem alergia a proteínas alimentares*. A maioria dessas crianças será sensível apenas à proteína do leite de vaca, mas um número substancial também é sensível às proteínas da soja.

Diante desse fato a ESPGHAN (Sociedade Europeia de Gastroenterologia e Hepatologia Infantil), modificou o fluxograma de diagnóstico e manejo do DRGE em lactente em 2017, considerando como etapa essencial, antes mesmo do uso de medicações “para acidez”, um teste de 2 semanas sem proteína do leite vaca na alimentação da criança e/ou da mãe (em caso de amamentação), principalmente, em casos de:

✅Sintomas refratários as medidas posturais e dietéticas (fracionamento da dieta e espessamento da fórmula quando o bebê está em uso de fórmula);

✅recusa alimentar e irritabilidade;

✅Dificuldade de ganho de peso;

✅Outros sinais sugestivos de APLV; (diarréia, sangramento nas fezes)

✅Histórico de alergias na criança e família.

Quando indicado o teste para diagnóstico de APLV pode ser feito:

  • No caso de amamentação exclusiva no seio materno, é preciso que a mãe faça uma dieta sem leite de vaca e derivados.
  • Se o bebê já está em uso de fórmula é indicada a fórmula dietética hidrolisada ou fórmula de aminoácido.

Caso o bebê apresente boa resposta clínica, há forte indicativo de que o refluxo é causado pela APLV. Mas para confirmação será agendado um teste de provocação oral após cerca de 4 semanas, se o teste for negativo a melhor deve ser atribuída a outros fatores e o diagnóstico e tratamento revisto, se o teste for positivo, o diagnóstico de APLV é fecha e a programação de dieta é feita por um período mais prolongado.

Caso você tenha observado a presença desses sintomas no seu filho, agenda a avaliação médica dele o quanto antes para que isso não atrapalhe a alimentação e qualidade de vida dele.

Gostou da informação?! Compartilha essa informação com alguém que esteja precisando dela!

Abraço,

Jéssica Figueiredo Dantas

Pediatria, Gastroenterologia e Hepatologia Infantil.

CRM 185972

Saiba mais em:

https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-a-saude/refluxo-gastroesofagico/#:~:text=O%20refluxo%20pode%20ser%20considerado,sem%20sintomas%20e%20crescendo%20normalmente.

https://www.uptodate.com/contents/gastroesophageal-reflux-in-infants?search=reflux%20in%20infants&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1#H3414036711

*Salvatore S, Vandenplas Y. Gastroesophageal reflux and cow milk allergy: is there a link? Pediatrics 2002; 110:972.

Nielsen RG, Bindslev-Jensen C, Kruse-Andersen S, Husby S. Severe gastroesophageal reflux disease and cow milk hypersensitivity in infants and children: disease association and evaluation of a new challenge procedure. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2004; 39:383.

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Dra. Jéssica Dantas
Pediatria, Gastroenterologia e Hepatologia Infantil. CRM 185972

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